HISTÓRIA
MCC – Movimento dos Cursilhos de Cristandade
Breve síntese histórica do nascimento do Movimento dos Cursilhos de Cristandade
Os Cursilhos de Cristandade nasceram nos anos quarenta em Palma de Maiorca (Espanha).
A história do Movimento dos Cursilhos de Cristandade está intimamente ligada à história de Eduardo Bonnín Aguiló. Foi no seio de Eduardo que o Espírito Santo infundiu e fez germinar as ideias primogénitas; daí nasceu esta obra Divina, “inquietação apostólica” de tão grande valia, os Cursilhos de Cristandade, que rapidamente se espalharam por todo o mundo e atingiram dimensão universal!
No início dos anos quarenta, no cumprimento do serviço militar, Eduardo foi confrontado com uma realidade totalmente diferente da que até então tinha vivido nos ambientes familiares que frequentava.
“Ali valorizavam-se e viviam-se uns valores completamente diferentes e opostos aos que tinham sido para mim norte e guia desde a minha juventude. Este choque, comprovado de forma contínua na minha vida de quartel, lançou-me a seguinte reflexão: a essa gente, pesa-lhe a Lei, ou ignora a Doutrina? Por um sem fim de razões, cheguei à conclusão de que, mais do que pesar-lhes a Lei, era o de que não tinham nenhuma ideia da Doutrina. Da Verdade, dessa Verdade que, acreditando com fé e praticando com alegria, nos faz pessoas livres”.
(in O Meu Testamento Espiritual, Eduardo Bonnín Aguiló, pag. 26)
Eduardo Bonnín empregou toda a sua extensa vida militar a tentar saber como eram as gentes, e chegou a uma conclusão: que no fundo, mas muito no fundo, todas as pessoas são iguais.
Sempre movido de uma enorme vontade de ler e aprofundar o fundamental cristão, centrou-se nos livros e nos autores que naquele tempo estavam na crista da onda do ser cristão.
Foi aí que lhe chegou às mãos um livro intitulado “S. S. Pio XII e a Acção Católica”, no qual se deparou com este texto:
“Deste duplo aspecto do seu povo, é dever do pároco formar uma rápida e ágil mirada, um quadro claro e minuciosamente detalhado, diríamos topograficamente, rua por rua, o mesmo é dizer, por um lado, da população fiel e praticante dos seus membros mais assíduos, dos quais poderiam sair os elementos para promover a Acção Católica; e por outro lado, os grupos que se afastaram da prática da vida cristã. Também estas são ovelhas pertencentes à paróquia, ovelhas tresmalhadas; e também destas, e ainda delas em particular, sois guardiões responsáveis, filhos muito amados; e como bons pastores não deveis poupar trabalho nem esforço para procurá-las, para ganhá-las de novo, nem descansar antes que todas encontrem asilo, vida e alegria, no retorno ao redil de Jesus Cristo”
(Discurso aos párocos e quaresmeiros de Roma, em 6 de Fevereiro de 1940).
Este texto teve para Eduardo um efeito inusitado; como aconselhava o Papa, era importante poder contar com um “estudo detalhado” de cada situação. Isto levou-o a estudar cada uma das constelações de indivíduos e ambientes existentes no seu mundo e na igreja que ele conhecia e frequentava. Corria o ano de 1943; daqui nasceu o “Estudo do Ambiente”, princípio e origem de tudo o que veio depois.
Do “Estudo do Ambiente” ao primeiro Cursilho de história pouco faltava; a sua constante inquietação de levar o núcleo essencial do ser cristão àqueles homens tomava forma; bastava selecionar e compilar de maneira atractiva o material de que dispunha; as fichas seleccionadas, os livros sublinhados, e encontrar uma forma dinâmica e eficaz para penetrar directamente as ideias no coração daqueles que as escutassem. A verdade é que não lhe ocorria a forma de o fazer.
Naquele tempo, Manuel Aparici, presidente Nacional dos jovens da Acção Católica, tinha lançado a ideia de levar a Santiago de Compostela 100.000 jovens em graça. Para entusiasmar os jovens a participar neste grande encontro, a A.C. fazia uns retiros de uma semana ao qual davam o nome de Cursilhos de Adelantados/Chefes de Peregrinos.
Eduardo não fazia parte da Acção Católica, mas o seu carácter e seu entusiasmo de alguma maneira causava admiração. Isto levou-o a ser convidado pelo Presidente Diocesano dos jovens da A.C de Maiorca. a participar num desses Cursilhos, o que veio a acontecer na semana Santa de 1943; no Cursilho que se seguiu foi como “professor” onde expôs o rolho “Estudo do Ambiente”.
Foi nesses Cursilhos que Eduardo encontrou a solução prática para expor as ideias que queria contagiar aos outros; aí pensou em fazer algo parecido, mas ao mesmo tempo totalmente diferente: a finalidade não seria a peregrinação a Santiago, mas a peregrinação pela vida, elevar o homem à sua essência cristã.
Eduardo, depois de muito rezar, pedir que rezassem, pensar e planear, em conjunto com José Ferragut e Jaime Riutorte, reuniram uns quantos candidatos e atreveram-se a planear um novo Cursilho, que se realizou de 20 a 23 de Agosto de 1944, num Chalé de Cala Figuera de Santanyí, em Maiorca.
O Director Espiritual foi o Padre D. Juan Juliá, sendo Eduardo Bonnín o reitor acompanhado pelos “professores” Jaime Riutort e José Ferragut.
Este foi o primeiro Cursilho da História!…